sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Em cima do apito (toque)

Aula de História, desta vez no 10º ano. Fila da frente, mas junto à porta. Ocupavam esses lugares Félix e eu mesmo(Costa). Atrás duas personagens, mais propriamente 2 raparigas às quais vou chamar inadvertidamente de Marina e Luísa. Félix, rapazinho de hormonas no auge, entretinha-se com as ditas por causa de uma porcaria de uma caneta que tinha caído ao chão. A merda das aulas de história, sem qualquer tipo de planeamento elaborado, onde se dava matéria como um camião descarrega brita, já eram cerca de uma hora de tempo pouco produtivo. Mas aquele dia vinha a ser marcante para a minha pessoa. Alheio à galhofa entre os 3 coleguinhas, já muito perto do final da aula, um pouco já impaciente com a algazarra dos 3, ingenuamente peguei na merda da caneta que se encontrava no chão e devolvi à respectiva dona e colega da carteira de trás com um olhar desaprovador. A Coxa (como eu carinhosamente chamava à professora de História) que já algum tempo reparava no alarido vindo daquela zona, ao ver-me virar para trás (quando entregava a puta da caneta) achou que seria eu o grande responsável pelo barulho que dali advinha há já algum tempo. Tendo chegado a essa brilhante conclusão, mandou-me para a rua. Ainda tentei provar a minha inocência, mas a Coxa não estava pelos ajustes e cega de intenções. Colérico, comecei a guardar os meus pertences escolares, mas a uma velocidade pachorrenta e propositada. A Coxa aguardava a minha saída para continuar a aula e já impaciente solicitou que me apressa-se. Eu vociferei um “JÁ VAI” que entoou pela sala inteira, num tom bem másculo. Cerca de 2 ou 3 segundos depois, dá o toque de saída. Não fui propriamente um episódio “Saved by the Bell”… mais tarde acabei por fazer ver a minha palavra e a falta não foi considerada no livro de ponto.

2 comentários:

Puto P disse...

Recordo-me bem do episódio e das aulas; aliás, concordo plenamente - a matéria era dada como um camião descarrega brita (se não me engano, os camiões até eram da Secil). Curioso é que nunca se ouviu a voz do Costadinov num tom tão elevado numa sala de aula... E mais peculiar ainda é que a professora amochou e não reclamou do berro que o "gato" (não era o que dizia, eram as gajas) deu!

BobDealer disse...

Tendo em conta o amochar da prof., podia ter aproveitada o gesto de submissão e dar-lhe umas boas vergastadas...